6 de maio de 2012

Doce Viagem

Não é mais tempo de dizer pra segurar a minha mão. O que eu diria agora é pra não soltá-la, estamos juntos nessa. Já entramos nessa aventura. Entramos quando achávamos que a aventura era perfeita, que tudo se encaixava e só bons frutos se colhiam toda hora. Mas a vida tem que ser -e é- vivida, não para nem por um segundo. O tempo é o fator triunfante dela, porque só por ele se conhece todas as verdadeiras faces de qualquer empolgante maravilha que se vive.
Não solta a minha mão por eu ter despertado dessa aventura, por eu não querer mais estar vulnerável aos seus riscos. Não me deixa ter medo de estarmos nos separando pelo fato da viagem em que nos conhecemos estar acabando. Fomos sempre, desde os primeiros sorrisos e filosofias, tão amigos apesar de não ser bem amizade. Amigos no sentido de compreender o outro, de estarmos na mesma onda dentro do mesmo barco, de saber o que o outro está pensando sem nem saber que o outro também está pensando. Lembro quando olhava nos seus olhos e conseguia ver dentro de você, o que eu também sentia. Momentos em que eu podia estar desorientada mas ao me deparar com você, eu, surrealmente, me encontrava.
Foram tempos de paz, em que o amor florescia. A realidade a gente deixava pra depois, e esse depois não chegava nunca. Esse amor foi construído, esse amor foi sendo amado e inovado em um universo paralelo que tudo de ruim era deixado pra outra hora. Foi maravilhoso, diferente de todo amor já inventado, mas quando foi dando espaço à realidade, ela chegou. E junto com ela, aquele depois... O barco em que a gente se amava tanto foi deixando a maresia e a gente ancorou em terra firme -é aqui. Vamos deixar esse amor cara a cara com a realidade e assim a gente fará história do único amor vivido em dois universos paralelos, onde a gente inventa e reinventa as mais doces viagens de um mundo pra outro. Só não solta a minha mão, nunca.

Só é maravilhoso, em seu sentido perfeito e completo, aquilo que não se conhece por inteiro. E quando passa a se conhecer, você descobre se realmente você acha maravilhoso com todos os defeitos. É a partir daí que o amor brota, qualquer sentimento que haja antes de se ter conhecimento total de qualquer coisa, não pode ser amor. Você só ama algo de verdade, amando também os defeitos, e quando você ama o que se pode chamar de defeitos, a ordem natural das coisas é você ajudar a concertá-los.

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