
Fim. Sentada na poltrona do ônibus, ela descansou a cabeça no vidro da janela e ficou olhando a estrada e os carros passando feito estrelas cadentes, os cavalos, vacas, e cachorros tão sem planos, as casinhas de beira de estrada escondendo vidas solitárias e acompanhando os quilômetros deixando cada vez mais longe uma vida inteira; o que não necessariamente era ruim ou doloroso, e sim, uma oportunidade para novas portas se abrirem e novas pessoas entrarem por elas. A cada quilômetro que se passava, sentia-se mais perto da felicidade, sentia-se com mais vida esperando por ela para ser vivida, e muito vivida.
Devagando em mil e um pensamentos, desfocou sua visão da paisagem e foi encontrando seu reflexo no vidro olhando para si, e percebeu que aqueles olhos não eram os seus. Na verdade ela não os reconhecera. Era um olhar que transmitia paz, transmitia conforto e alegria. Então, de repente percebeu que quem estava olhando para ela era a vida lhe dando esperanças. Era a transformação. Era na realidade, ela mesma; ela transformada pela vida e com esperanças de um novo começo, e por isso não reconhecera de imediato aquele olhar, com o qual ela nunca imaginou se deparar um dia. Era uma vez...
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